Como definir o objetivo de uma pesquisa?
- Hashdata

- 15 de out.
- 5 min de leitura

Definir o objetivo é o primeiro e mais importante passo de uma pesquisa eleitoral.
É ele que dá direção a todas as etapas seguintes: o questionário, o público a ser entrevistado, o tamanho da amostra, a análise dos resultados e até o formato do relatório.
Uma pesquisa sem objetivo claro é como um barco sem bússola — você pode até navegar, mas não vai saber se está indo na direção certa.
Neste capítulo, você vai aprender passo a passo como transformar uma necessidade genérica (“entender o eleitor”) em um objetivo de pesquisa preciso, mensurável e útil para a tomada de decisão, utilizando os recursos do Hashdata Eleições.
1. Comece pelo problema de decisão
Toda pesquisa eleitoral deve nascer de uma decisão a ser tomada.Não comece pensando em perguntas, comece pensando em problemas concretos que precisam ser resolvidos com base em dados.
Pergunte a si mesmo:
Que decisão eu preciso tomar?
Entre quais alternativas estou em dúvida?
Quem vai usar o resultado da pesquisa?
O que eu farei diferente quando tiver essa resposta?
Exemplo:
“Devo investir mais em comunicação sobre segurança ou sobre saúde?” “Em quais bairros devo concentrar visitas na reta final?”“O candidato X já tem força suficiente para se lançar?”
Essas decisões são o ponto de partida.Uma boa pesquisa eleitoral é feita para orientar ações práticas, não apenas para gerar números.
💡 Dica: Se o resultado da pesquisa não muda nenhuma decisão, talvez ainda não seja hora de fazê-la.
2. Transforme o problema em um objetivo SMART
Agora que você já sabe qual decisão quer tomar, é hora de transformar essa necessidade em um objetivo claro e operacional.Para isso, use o método SMART, que significa:
S (Específico): o que exatamente quero descobrir?
M (Mensurável): posso medir esse resultado?
A (Alcançável): consigo fazer isso dentro dos meus recursos?
R (Relevante): essa informação realmente importa para a decisão?
T (Temporal): em quanto tempo preciso do resultado?
Exemplo de objetivo SMART:
“Identificar, até 30 dias antes da convenção, o tema com maior tração entre mulheres de 25 a 34 anos da Zona Norte, com margem de erro de até 3 pontos percentuais, para definir o foco da comunicação.”
Note que esse objetivo diz o quê, para quem, com que precisão e até quando.Isso é o que diferencia um projeto de pesquisa bem planejado de um levantamento genérico.
3. Liste hipóteses e alternativas
Uma boa pesquisa testa hipóteses. Elas são suposições que você quer confirmar ou refutar com dados.
Exemplos de hipóteses:
H1: A saúde é o principal problema percebido pelos eleitores.
H2: O candidato A é mais forte entre mulheres jovens.
H3: A rejeição do candidato B é maior nas periferias.
Essas hipóteses ajudam a estruturar o questionário e definir os cruzamentos de dados que precisarão ser analisados depois.Para cada hipótese, pense: “Que pergunta eu preciso fazer para comprovar isso?”
4. Mapeie as métricas necessárias
Com o objetivo e as hipóteses definidos, chega a hora de decidir o que exatamente será medido.Essas são as métricas da sua pesquisa.
Podemos dividi-las em dois grupos:
Métricas principais (core):
Intenção de voto (espontânea e estimulada)
Rejeição (em quem não votaria de jeito nenhum)
Avaliação de governo (ótimo, bom, regular, ruim, péssimo)
Métricas contextuais (opcionais):
Problemas prioritários da cidade
Grau de conhecimento dos candidatos
Imagem e atributos pessoais
Teste de mensagens (avaliação de propostas, slogans ou temas)
Essas métricas devem conversar diretamente com o objetivo da pesquisa.Evite incluir perguntas “curiosas” que não vão gerar decisão.
5. Defina critérios de sucesso
Antes de ir a campo, você precisa saber como vai interpretar os resultados.Isso evita conclusões enviesadas ou mudanças de critério “depois do resultado”.
Pergunte-se:
Quando posso considerar uma diferença “real”?
Qual será meu indicador de vitória?
Que variação é aceitável dentro da margem de erro?
Exemplos de critérios:
O tema mais citado deve ter pelo menos 5 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Um candidato só será considerado “viável” se tiver conhecimento acima de 60% e rejeição abaixo de 30%.
O público prioritário será aquele com maior número de indecisos e menor rejeição.
6. Identifique os limites práticos (tempo, custo e precisão)
Toda pesquisa tem restrições.O importante é reconhecê-las desde o início para evitar frustrações depois.
Os principais limites são:
Tempo: quando o resultado precisa estar pronto?
Orçamento: qual o valor disponível para coleta?
Precisão: qual margem de erro e nível de confiança são aceitáveis?
Escopo: será municipal, estadual, nacional?
Esses limites ajudam a definir tamanho da amostra, tipo de coleta (presencial, telefônica, online) e frequência (única ou tracking).
No Hashdata: a Calculadora Amostral mostra automaticamente quantas entrevistas são necessárias para cada combinação de margem de erro e confiança — ajudando a equilibrar custo e precisão.
7. Escolha o tipo de estudo
O tipo de pesquisa deve refletir o seu objetivo e o prazo da decisão.Veja os principais formatos:
Tipo de estudo | Quando usar | Exemplo |
Fotografia (pontual) | Quando se quer saber “como está agora” | Levantamento antes de uma convenção |
Tracking (evolução) | Quando se quer acompanhar mudanças ao longo do tempo | Monitoramento semanal até o dia da eleição |
Teste de mensagem | Quando se quer comparar opções de comunicação | Ver qual proposta mais atrai indecisos |
Diagnóstico segmentado | Quando se quer conhecer melhor grupos específicos | Entender quem são os indecisos ou opositores |
8. Escreva um brief de uma página
Antes de iniciar o questionário, organize tudo em um brief simples, de uma página.Ele é um resumo do projeto e garante que todos os envolvidos entendam a mesma coisa.
Modelo de brief:
Decisão: o que será decidido com base na pesquisa
Objetivo SMART: o que será descoberto, para quem e até quando
Hipóteses: o que se quer testar
Métricas: o que será medido
Critérios de sucesso: como o resultado será interpretado
Limites: tempo, custo e precisão
Entregáveis: quais relatórios e cruzamentos serão gerados
9. Evite os erros mais comuns
Mesmo pesquisadores experientes às vezes tropeçam aqui. Veja os deslizes mais frequentes:
Fazer pesquisa “por costume”, sem um objetivo claro.
Encher o questionário de perguntas que não levam a decisões.
Querer responder tudo de uma vez (o foco se perde).
Esquecer de considerar tempo e orçamento antes da coleta.
Mudar o critério de análise depois de ver os resultados.
Dica: antes de aprovar o questionário, leia o objetivo em voz alta. Se alguma pergunta não ajuda a respondê-lo, elimine-a.
10. Do papel à prática: configurando no Hashdata
Com o objetivo bem definido, o próximo passo é transformar tudo isso em um projeto real dentro da plataforma.
No Hashdata, você pode:
Calcular a amostra com a Calculadora Amostral.
Montar o questionário com as perguntas elaboradas a partir dos objetivos.
Estruturar a sua equipes configurando gestores e pesquisadores.
Ativar recursos de controle (gravação de áudio, localização, limites de resposta).
Gerar relatórios e gráficos dinâmicos, com cruzamento de dados.
Exportar PDF ou Excel prontos com os resultados
Gerar DOCX editável para elaboração de relatórios interpretados a serem entregues ao cliente.
Em poucos cliques, o que era uma ideia abstrata vira uma pesquisa estruturada, auditável e pronta para análise.
Conclusão
Definir o objetivo da pesquisa é mais do que um passo técnico — é o alicerce de todo o processo.Quando você começa pelo problema de decisão, escreve um objetivo claro e escolhe métricas coerentes, toda a pesquisa flui naturalmente.
O Hashdata Eleições foi criado exatamente para isso: ajudar qualquer pessoa — mesmo sem formação em estatística — a transformar decisões políticas em pesquisas sólidas e confiáveis.
No próximo capítulo, você vai aprender como definir a população e a amostra da pesquisa, entendendo como representar o eleitorado de forma científica e sem complicação.




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